domingo, 5 de março de 2023

Bolsas da Funcap seguem sem previsão de reajuste pelo Estado


Enquanto as bolsas federais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC), e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), sofreram reajustes no dia 16 de fevereiro, as bolsas estaduais ainda não foram reajustadas, e o primeiro posicionamento do Estado veio apenas na última quinta-feira, 2, quase duas semanas após o reajuste federal.


Por meio de nota oficial, a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) informou que o reajuste está em estudo. De acordo com a pasta, o momento é de austeridade, sendo este o motivo para a demora do posicionamento do Governo do Estado acerca do tema. “O momento é de austeridade para equilíbrio das contas públicas, de forma que medidas de impacto orçamentário ainda estão sob prudente análise”, diz a nota. Ainda segundo a Secitece, no ano de 2022 foi realizado um reajuste de 10,74% nos valores das bolsas estaduais.


DIFICULDADES


Uma estudante de graduação de licenciatura em geografia na Universidade Estadual do Ceará (Uece) e bolsista da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) que não pediu a reportagem para não ser identificada, afirmou que o valor da bolsa, mesmo após o último reajuste, é insuficiente, tendo em vista a realidade econômica em que o país se encontra. “A bolsa subiu para 450, ou seja, 50 reais a mais. Mais uma vez, 50 reais! Em 2022 o valor foi ‘reajustado’, mas ainda continua sendo insuficiente e não condiz com a realidade econômica do País, o que quero dizer é que o reajuste não foi suficiente e está defasado”, disse a estudante.


Sobre a nota divulgada durante a semana, a bolsista contou que esperava uma resposta mais conclusiva sobre o reajuste das bolsas. “Estamos há alguns dias fazendo barulho nas redes sociais, indo em reuniões e assembleias, mas não estamos sendo ouvidos ou não querem nos ouvir”, opinou. “Acredito que a nota de alguma forma foi uma tentativa de nos acalmar, mas chegamos na gota d’água e queremos nossos direitos, queremos reajuste e vamos lutar por isso. Não somos menos ou mais pesquisadores porque somos bolsistas estaduais, somos pesquisadores tão quanto os que estão nas federais”, completou.


DIÁLOGO


No dia 24 de fevereiro, a secretária da Secitece, Sandra Monteiro, recebeu as representantes da União Estadual dos Estudantes (UEE), Yara Larissa Pacheco Cruz, e da União Nacional dos Estudantes (UNE), Amanda Bernardo Maciel de Lima, para uma reunião visando dialogar sobre o possível reajuste. Sobre o acontecimento, Yara, estudante de Biologia na Universidade Estasual Vale do Acaraú (UVA) e presidenta da UEE, falou da conquista das uniões estudantis.


“Conseguimos pôr a pauta no radar da gestão do Elmano. A pressão agora existe aqui na nossa frente mobilizada, organizada e também Institucional para o reajuste ocorrer o mais rápido possível”, disse.


A representante discorreu, ainda, acerca da nota divulgada pela secretaria na quinta-feira. Segundo a estudante, a reunião com Sandra e a nota oficial passam a impressão de que o reajuste virá, mas não se sabe quando. “Pelo que percebo da nota e da conversa que ocorreu na Secitece é que irá ocorrer o reajuste, mas tão passando um sentimento de que não será agora, de imediato”, contou a presidenta.


Yara explicou a importância do reajuste para os estudantes e para a universidade. “Sabemos do orçamento pequeno para demanda que é gerenciar o ensino superior, educação é um investimento, mas um investimento que precisa de dinheiro para funcionar. Mesmo com as dificuldades, a UECE, por exemplo, consegue dar um imenso retorno à sociedade, e isso é o nosso maior trunfo para o reajuste ocorrer”, afirmou.


Fonte: Jornal Opinião CE

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