FOTO: Ilustrativa |
O Sítio Barreiras, um dos maiores produtores de banana do Brasil, investirá R$ 1,6 milhão para a produzir tomate, até o fim deste ano, no Ceará. A nova plantação ficará em uma fazenda com menos de dois hectares, localizada em Juazeiro do Norte, no Cariri.
O carro-chefe da marca é a bananicultura, mas a empresa também já produz cacau, além de atuar na logística de distribuição de outras frutas, como a maçã e o kiwi.
Conforme o diretor de operações do Sítio Barreiras, Fabrício Albuquerque, a hortaliça-fruto a ser produzida em estufa será a do tipo convencional. “Vamos trazer tomates feitos sem o uso do agrotóxico e com o nosso padrão de qualidade”, disse.
Ele esteve, na terça-feira (20), em café da manhã voltado para empresários do setor de Frutas, Flores, Legumes e Verduras (FFLV), organizado pela Associação Internacional de Produtos Frescos no Brasil (IFPA, na sigla em inglês).
Segundo Albuquerque, essa será a primeira cultivação de tomate na região. “Isso vai muito ao encontro da nossa missão com o desenvolvimento social", apontou.
"Quando iniciamos a banana no Cariri, lá ainda não era uma potência agrícola como é hoje”, afirmou, lembrando os 26 anos de atuação do negócio.
Ele acrescentou que a fabricação será “100%” destinada para o abastecimento do mercado interno. "Não tem necessidade de trazermos tomate de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais quando podemos produzir", observou.
Segundo o analista de mercado da Central de Abastecimentos do Ceará (Ceasa), Odálio Girão, o alimento vendido na Grande Fortaleza também é procedente da região da Ibiapaba, principalmente dos municípios de Guaraciaba do Norte, Tianguá, Ibiapina, Ubajara e Ipu.
“Na falta do produto, a hortaliça-fruto também ingressa de outros estados. Vem tomate da Bahia, de Pernambuco, de São Paulo e até do Paraná”, enumerou.
“Quando [o alimento] está com um preço muito elevado aqui, o nosso comerciante também vai pegar mais distante e comercializa no mercado local”, completou, destacando ser o tomate o segundo item agrícola mais comercializado na Ceasa, atrás somente da batata-inglesa.
Já as cidades de Quixeramobim e Mombaça contribuem para a produção do tomate-cajá.
AMPLIAÇÃO DO MIX DE PRODUTOS PERECÍVEIS NO ATACAREJO DEVE SER TENDÊNCIA
Durante o evento, a gerente nacional da IFPA, Valeska Oliveira Ciré, comentou sobre a demanda por diversificação do mix de produtos para o atacarejo. Tradicionalmente, a modalidade não investe alto na área de Frutas, Flores, Legumes e Verduras (FFLV).
Também chamado de “Cash&Carry” (em português, “pague e leve”), o modelo foca em galpões como lojas para reduzir os custos, itens não perecíveis e em preços competitivos para o consumidor final. No Ceará, o setor segue em ascensão, com conversões e inaugurações ao longo do ano.
“O atacarejo vem crescendo em diversos segmentos e definitivamente tem uma grande oportunidade de se trabalhar a FFLV. O consumidor está orientado por uma questão de preço, mas também busca conveniência, facilidade e encontrar todos os produtos num lugar só”, analisou.
"O cliente não quer ficar pingando em todas as lojas. Portanto, uma oportunidade muito grande para o atacarejo é se especializar também no FFLV"
VALESKA OLIVEIRA CIRÉ
Gerente nacional da IFPA
O gerente de Desenvolvimento de Negócios da NielsenIQ, Felipe Rutkosky, destacou que o setor de FFLV vendeu R$ 29,5 bilhões em 2022, incluindo os grandes supermercados e atacarejos. O valor representa alta de 19,5% na comparação com o ano anterior.
Para ele, também há uma alta demanda por esses itens no “cash&carry", puxado também pelas mudanças de comportamento dos consumidores após a crise sanitária.
“O segmento tem uma questão de trabalhar com o custo operacional mais baixo e evita um pouco o perecível devido à perda. Por outro lado, vem se adaptando, até para conseguir competir melhor dentro do que é a fortaleza do autosserviço”, ponderou.
“O atacarejo vem tendo muito espaço de produtos frescos. Vemos um crescimento bem robusto, principalmente, em frutas”, disse, acrescentando que o FFLV é a cesta de maior faturamento no campo supermercadista.
Fonte: Diário do Nordeste
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