sexta-feira, 21 de julho de 2023

Cariri soma 10% dos casos de hepatites virais no Ceará


A região do Cariri representa 10% do total de 4.095 casos de hepatites virais registrados no Ceará, entre os meses de janeiro de 2014 a maio de 2023. Foram confirmados 28 casos em nove cidades, nos últimos 17 meses, conforme boletim divulgado na semana passada. Juazeiro do Norte soma nove pacientes, em Araripe são cinco, Barbalha e Crato notificaram quatro casos cada cidade, além de um registro em Antonina do Norte, Campos Sales, Farias Brito e Mauriti.


Resultado de uma inflamação do fígado, a doença pode ser causada tanto por vírus quanto pelo uso de medicamentos, álcool, drogas e, ainda, devido a doenças autoimunes. As hepatites são classificadas em cinco tipos: A, B, C, D e E. A hepatite C é o tipo que apresenta maior incidência no Ceará, com 1.864 registros, seguido pela hepatite B, com 1.520, e pela hepatite A, com 711. “Essa doença tem cura, basta a pessoa se vigiar e tomar os medicamentos direito. Fiquei curado”, comemora o mecânico Ricardo Rodrigues, 55, que foi diagnosticado com hepatite C e tratado no Hospital São José (HSJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará.


Coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Barbalha, Pollinneide Romeika Simões menciona a possibilidade de subnotificação de casos. “As hepatites virais são um grave problema de saúde. Na maioria das vezes, porém, são infecções silenciosas que não apresentam sintomas e, desta forma, a doença evolui por anos sem que o serviço de saúde detecte esses casos”, explica. De 2019 até hoje, 10 pessoas foram acometidas por algum tipo de hepatite em Barbalha.


Médica hepatologista do HSJ, Elodie Hyppolito ressalta que a eficácia do tratamento da hepatite C, que cura quase 100% dos pacientes. “O tratamento da hepatite B não cura, mas controla a doença, igual ao de HIV. E mesmo só controlando, impede que o paciente precise ir para o transplante e tenha câncer de fígado, então é muito vantajoso”, explica. Os sintomas das hepatites A e E podem ser aliviados com medicamentos, apesar de não existir um tratamento específico.


A médica ainda reforça a importância da vacinação como medida de prevenção. “No posto de saúde mais perto da sua casa, você tem disponível a vacina da hepatite B. Ela é feita em três doses, é muito segura, conhecida há mais de 50 anos e altamente eficaz”, comenta. Apesar do alerta da profissional, a cobertura vacinal contra a doença, no Ceará, é insatisfatória desde 2018.


Enquanto a meta de imunização recomendada com a vacina Pentavalente é de 95%, os índices de vacinação em Juazeiro do Norte, por exemplo, é de 85% para prevenir a hepatite B em recém-nascidos de até 30 dias, e de 57% e 56% para os tipos A e B, respectivamente. “O Município tem adotado a busca ativa do público-alvo para realização da vacina da Hepatite A e B”, pondera a Secretaria Municipal de Saúde.


Fonte: Jornal do Cariri

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