São muitos os conjuntos de letras e números para denominar as subvariantes do coronavírus, mas todas as formas circulantes no Ceará têm algo em comum: são pequenas variações da Ômicron. No momento, a XBB.1.5.59 predomina entre as infecções no Estado. Por isso, especialistas frisam a relevância da vacina bivalente.
O monitoramento é feito pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) por meio de sequenciamento genético feito com uma amostra dos testes de Covid realizados no Estado. Os dados foram repassados a pedido do Diário do Nordeste.
Esse trabalho de vigilância avalia a dispersão das variantes entre os municípios cearenses em análise com o avanço do vírus no mundo. Com esses dados, é possível traçar estratégias de saúde e respostas como a vacina bivalente, que é uma atualização do imunizante com base nas novas formas do coronavírus.
Na última semana, São Paulo confirmou o primeiro caso de infecção pela subvariante EG.5, nomeada de “Eris”, que tem maior potencial de transmissão. Até o momento essa subvariante, também ligada à Ômicron, não foi identificada no Ceará.
A Eris é considerada “variante de interesse” (quando é classificada como causadora de transmissão comunitária ou de múltiplos casos) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Essa mutação já foi identificada em mais de 50 países e, devido a maior capacidade de transmissão, pode se tornar a principal forma circulante no mundo, conforme a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
SUBVARIANTES DA ÔMICRON CIRCULANTES NO CEARÁ
XBB.1.5.59
XBB.1.5
XBB.1.18
XBB.1.18.1
FE.1
Apesar da maioria dos casos serem pela XBB.1.5.59, ainda há resquícios das demais formas entre os pacientes. A análise viral feita pela Secretaria da Saúde acontece com dados das unidades públicas e privadas.
“A área técnica da Vigilância Epidemiológica da Sesa continua acompanhando os casos diários da Covid-19, sendo possível afirmar que neste momento não é observado aumento dos casos de Síndromes Gripais e/ou Síndrome Respiratória Aguda Grave por SARS-CoV-2”, informou a Sesa.
Luciana Passos, coordenadora das Redes de Atenção Primária e Psicossocial de Fortaleza, frisa que nesse contexto a principal medida deve ser aumentar a cobertura vacinal da população com a bivalente. No Ceará, 8 a cada 10 adultos não tomaram esse imunizante.
O coronavírus é um vírus respiratório e é muito comum ter variações, não é algo inesperado, mas a capacidade de gerar doença grave é o que queremos evitar e a vacinação faz isso
LUCIANA PASSOS
Coordenadora das Redes de Atenção Primária e Psicossocial de Fortaleza
Os maiores de idade com, no mínimo, duas doses da vacina – sendo a última aplicada há 4 meses – podem receber a bivalente.
Apesar da circulação de novas subvariantes, ainda não há aumento de casos de Covid observados no Ceará. Nos últimos meses, na verdade, os números de testes positivos caíram 57% nos últimos.
No último mês, apenas 183 diagnósticos da doença foram feitos no Estado, enquanto fevereiro acumulou 1.460. Nesse período, o número mensal de exames também caiu – foram 18.819 em fevereiro e 8.039 em julho, conforme os dados da plataforma IntegraSUS da Sesa.
IMPACTO DAS SUBVARIANTES
A EG.5 tem maior destaque nos Estados Unidos e no Japão, outra subvariante, a BA.6, se dissemina em Israel e na Dinamarca, o que reavivou o debate sobre o uso de máscaras.
O infectologista Keny Colares explica que a Ciência precisa de um tempo maior para entender o impacto dessas novas subvariantes, mas adianta que a maioria não traz grandes diferenças, como informou.
Boa parte das mudanças não trazem uma implicação prática para a vida da gente. Nas últimas semanas, foram descritas duas subvariantes, que ainda são Ômicron, mas mereceriam um pouco mais de atenção em relação às outras circulantes
KENY COLARES
Infectologista
De concreto, fica a indicação para manter o calendário vacinal em dia como estratégia para evitar as formas graves da Covid. "No momento em que está sendo feita a vigilância desses vírus e quando começam a aumentar, há um alarme sobre a facilidade de se propagar", completou.
Fonte: Diário do Nordeste
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