A Magazine Luiza encerrou as operações de dois centros de distribuição no País, sendo um deles em Maceió, Alagoas. O anúncio foi feito durante a divulgação dos resultados desanimadores do 2º trimestre deste ano, com prejuízo líquido ajustado de R$ 198,8 milhões.
A companhia, contudo, não informou o número de demissões com os fechamentos nem deu mais detalhes até a publicação desta matéria. O questionamento que se levanta é se esse fechamento de CD no Nordeste impactará o Ceará. Todavia, a Magalu também fechou um centro de distribuição no Sul, mas não informou qual estado.
Na avaliação do consultor de empresas e professor da Faculdade CDL, Christian Avesque, o movimento ocorre pelo fato da região não ser o mercado prioritário da companhia, além de poder contar com parceiros locais para uma logística de distribuição.
“Acredito que haverá zero impacto para o Ceará”, diz, acrescentando que a conjuntura econômica pressiona as empresas a se reestruturarem.
Atualmente, a Magalu já tem centro de distribuição em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza. “Desde o fenômeno das Americanas, o setor varejista não consegue decolar e tem se recuperado aos poucos, também devido ao endividamento, juros altos e salários baixos, dificultando o acesso a bens duráveis”, enumera.
Outro ponto, pondera, é que os grandes grupos trabalham com muitos parceiros varejistas no marketplace. Para o especialista, isso permite o compartilhamento da distribuição e reduz os gastos logísticos. “São fortalecidas as parcerias para reduzir o custo operacional”, frisa.
O QUE ESPERAR DOS CDS PARA O NORDESTE?
Em 2021, o Ceará registrou um boom de condomínios logísticos, com a Amazon e a própria Magalu. Para Avesque, contudo, a tendência é que os grandes centros de distribuição comecem a desacelerar, dando lugar a espaços de até 1 mil m².
“Um movimento semelhante ao que ocorre com o grupo Alibaba (gigante chinesa do e-commerce). Esses pequenos CDs ficam com o raio mais focado e tempo de entrega mais rápido”, explica.
“Isso já está se consolidando em São Paulo, utilizando a geolocalização, mas, para o Nordeste, deve demorar até cinco anos para chegar, por demandar infraestrutura logística e muita tecnologia”, completa.
Fonte: Diário do Nordeste
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