Reunião reuniu dezenas de prefeitos do interior no Hotel Gran Marquise, em Fortaleza. Foto: Ismael Soares |
O processo de desfiliação em massa do PDT, iniciado na semana passada, ganhou novos reforços nesta terça-feira (14). Em reunião com o senador Cid Gomes, em Fortaleza, prefeitos votaram em bloco e 43 decidiram sair do partido. Outros três seguiram posição contrária. O anúncio foi feito à imprensa por prefeitos que deixavam o local do encontro.
A expectativa é que, no total, 46 sigam esse caminho. Segundo o prefeito de Cedro, Joãozinho do Titico, os três remanescentes sinalizaram que o pedido de desfiliação será feito apenas após conversa com as suas bases. É o caso de Libório Neto, de Assaré, por exemplo.
De encaminhamento, ainda ficou marcada uma nova reunião para definir o novo embarque partidário, desta vez para o dia 4 de dezembro. Até lá, será feito o diálogo com os partidos que podem acomodar essas figuras. Encarregaram-se disso os deputados que também estão de saída do partido, que vão trabalhar nesse sentido em comissões. O porta-voz desse processo em específico será o secretário estadual Salmito Filho, que é deputado licenciado.
Segundo relatos dos presentes, Cid ainda ponderou pela permanência no partido, pelo menos por ora. A aceleração do processo, contudo, foi demanda dos próprios prefeitos, que queriam uma resolução para o impasse que já dura meses. Agora, a efetivação das desfiliações fica a cargo da Justiça Eleitoral.
Atualmente, o PDT governa 54 municípios, de acordo com representantes do grupo liderado por Cid. As próximas semanas devem ser de diálogo sobre o destino dos gestores e dos parlamentares que pediram desfiliação na última semana. Nos municípios, os rumos devem ser mais complexos, já que cada prefeito ou prefeita apresenta especificidades.
De toda forma, é unânime o entendimento de que todo o grupo deve ser acomodado dentro do arco de aliança de Cid.
PREFEITOS DE SAÍDA
Participaram do encontro dezenas gestores de forma presencial. Outros três compuseram as discussões remotamente, como o prefeito de Sobral e irmão de Cid, Ivo Gomes.
O volume da debandada desta terça está dentro das projeções de aliados de Cid, comentadas mais cedo. Antes da reunião, deputados que chegavam ao local do encontro estimaram a legenda perderia entre 40 e 47 prefeitos do interior.
CRISE INTERNA
A crise iniciada no PDT há mais de um ano tem sido marcada por vaivéns judiciais nos últimos meses. Pela via judicial, Cid Gomes e André Figueiredo intercalaram o controle sobre o partido no Ceará, até uma liminar reverter intervenção da direção nacional e devolver o posto ao senador.
Contudo, a mesma decisão manteve o ato da cúpula, sob direção do deputado federal, que anula as cartas de anuência concedidas pelo PDT estadual no último dia 8. Deputados e suplentes dizem que vão recorrer.
Enquanto segue a indefinição sobre os mandatos proporcionais, o partido, agora, vê-se sem 43 prefeitos para as disputas à reeleição ou para reforçar a campanha de sucessores. Assim, por ora, perde a posição conquistada em 2020 de sigla com o maior número de prefeituras do Ceará.
O desembarque em massa pode trazer profundos prejuízos para a legenda não só em 2024, mas também em 2026, tendo em vista que o Estado é o maior reduto eleitoral pedetista até o momento. São impactos no Fundo Partidário, no Fundo Eleitoral, no tempo de TV e rádio e, claro, no contingente de mobilização política em torno do PDT.
DIRETÓRIO NACIONAL DO PDT
O Diário do Nordeste entrou em contato com a assessoria de imprensa do deputado André Figueiredo em busca de um pronunciamento sobre as definições desta terça (14). O espaço está aberto para manifestações.
Fonte: Diário do Nordeste
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