A área urbanizada do Cariri triplicou de tamanho em quase 40 anos. O perímetro urbano da região passou de 38,69 quilômetros quadrados (km²), em 1985, para 144,54 km² no ano passado. Os dados foram coletados pelo Jornal do Cariri, em ferramentas e estudos desenvolvidos pelo MapBiomas. A iniciativa é conduzida por uma rede colaborativa formada por ONGs, universidades e empresas de tecnologia.
No período de 38 anos, Salitre foi a cidade cuja área urbana mais cresceu percentualmente, passando de 10 hectares em 1985 para 204 hectares em 2022, um crescimento de 1940% ou uma área de 2,04 km². Em termos de extensão, no entanto, as cidades que formam o Crajubar foram as que mais cresceram. Nos anos analisados, a área urbana Juazeiro do Norte saltou de 15 para 48 km²; a de Crato de 5 para 18; e a de Barbalha de 3 para 16. Cidade menos habitada do Ceará, Granjeiro tinha três hectares de área urbanizada em 1985 e, agora, possui 19.
A expansão urbana desordenada é uma preocupação a ser enfrentada pelos governos, desde a esfera municipal à federal. Segundo o MapBiomas, as cidades brasileiras crescem mais em áreas de risco para desastres climáticos, tais como: inundações, deslizamentos, secas e estiagens. “As cidades estão crescendo, sobretudo em áreas que representam algum risco. Então, isso acende vários alertas sobre a forma como temos urbanizado as cidades”, analisa Mayumi Hirye, da equipe de áreas urbanas.
Segundo o IBGE, 9.898 pessoas vivem em áreas de risco nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte, Lavras da Mangabeira, Mauriti e Missão Velha. São 2.972 domicílios no total. A maior parte dos territórios vulneráveis a desastres estão localizados em favelas. Pesquisador do MapBiomas, Julio Pedrassoli enfatiza que os dados são uma amostra de desigualdades na urbanização brasileira. “As pessoas, obviamente, não ocupam essas áreas por opção, em geral por falta de opção, e as políticas públicas têm que ir exatamente no sentido de dar novas opções”, argumenta.
Fonte: Jornal do Cariri
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