Crédito: Júlio Caesar |
O volume do açude Castanhão, localizado no município de Alto Santo, a 249 quilômetros (km) de Fortaleza, voltou a crescer depois de oito meses desde a última quinta-feira, 15. A barragem é o principal reservatório do Ceará e nesta terça, 20, atingiu 22,88% da sua capacidade total, cerca de 13% a mais que na mesma data do ano passado.
Este é o maior valor registrado em fevereiro no reservatório desde 2015, quando o Castanhão iniciou o mês com 24,15% da capacidade. Durante o período, o menor índice registrado na barragem foi de 2,08%, no ano de 2018.
As recargas no início de fevereiro são um movimento característico no Castanhão, provocado pela quadra chuvosa cearense. Durante o fim da alta estação e a longa estiagem no segundo semestre, o açude diminui o volume comportado, que volta a crescer com as grandes precipitações de fevereiro e março.
O diretor de operações da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Tércio Tavares, explicou que ainda não houve recarga no açude e que o volume do açude no momento é das águas da quadra chuvosa do ano de 2023.
“Ainda não houve recarga no açude, nós ainda estamos com a água armazenada da quadra chuvosa passada. Por isso, nós ainda temos a expectativa da chuvas para que os níveis de água no Castanhão apresentem melhora”, explicou
Além das chuvas, outro fator pode ajudar no abastecimento do açude este ano. Devido o prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) para a quadra chuvosa de 2024, que apontou 45% de chance para volumes abaixo da média, águas da transposição do Rio São Francisco foram destinadas ao açude.
Tércio pontua ainda que uma vez que a Funceme dá um prognóstico de chuvas abaixo da média, é possível que não aconteça e que seja uma situação que ele permaneça na média, mas que os trabalhos sempre são baseados no pior cenário possível.
“Se a Funceme falou para gente que estamos dentro de um El Niño e que a probabilidade é muito elevada de ter chuva abaixo da média, nós começamos a nos precaver. Então, estamos puxando água exatamente para dar vencimento a água que precisa chegar a Fortaleza”, pontua.
A medida tem o objetivo de diminuir os impactos do possível menor índice de chuvas e evitar que o abastecimento seja comprometido em alguns pontos do Estado. De acordo com o titular da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará (SRH), Robério Monteiro, a previsão é de que a água chegue ao Castanhão até a primeira semana de março e ajude 4,5 milhões de cearenses.
“A transferência de água representará um aumento na garantia hídrica humana da Região Metropolitana de Fortaleza, além da melhora na oferta de água para a atividade produtiva rural do Vale do Jaguaribe”, afirma o secretário, em nota.
Após a chegada das águas será realizada uma avaliação técnica constante para controlar o nível de água liberada, a partir da quantidade de chuva que cair sobre o açude.
Quando questionado sobre a possibilidade da abertura das comportas para as águas do São Francisco chegarem a outros reservatórios, Tavares disse que não.
Saiba como fica a questão das águas da transposição do São Francisco em caso de boa quadra chuvosa
Em um cenário de boa quadra chuvosa para 2024, existe a possibilidade do abastecimento do Castanhão com as águas do São Francisco sejam canceladas. Diretor de operações da Cogerh, Tércio Tavares conta que tudo pode acontecer em relação aos movimentos de chuva e que é pouco provável que tenha um volume significativo para encher o Castanhão.
“Mas acontecendo algum fato inesperado e vier um grande volume de chuva, a gente revê toda essa operação, até porque é uma operação custosa. Não há um volume estimado para que haja um cancelamento desta operação, mas se tivermos os mesmos números do ano passado, isto é se a quadra chuvosa for boa, a operação seria revista”, contou.
Fonte: O Povo
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