Na noite desta segunda-feira, 25 de março de 2024, a Basílica de Nossa Senhora das Dores realizou, pela primeira vez, uma procissão penitencial que deverá fazer parte do calendário paroquial na Semana Santa.
A procissão teve início na capela do Socorro e seguiu em direção à Basílica, percorrendo algumas ruas do entorno. Um detalhe especial dessa ocasião foi o uso de uma relíquia da Santa Cruz, trazida da Catedral de Nossa Senhora da Penha, localizada na vizinha cidade de Crato.
Organizada pelos homens paroquianos, a procissão ofereceu um momento de profunda espiritualidade. Ao chegarem à Basílica, os fiéis meditaram sobre as últimas palavras de Cristo na Cruz, relembrando o sofrimento e a redenção que ela representa. Outra parte significativa foi o ritual da “queima dos pecados”. Para esse propósito, a Basílica preparou um pequeno fogareiro, posicionado no centro do altar, onde as pessoas depositavam pedaços de papel com os pecados inscritos. Esses pedaços de papel eram então simbolicamente queimados, representando a purificação espiritual e o desejo de se livrar das faltas cometidas. A Comunidade Sacerdotal da Casa da Mãe das Dores também atendeu as confissões daqueles que desejavam o sacramento da Reconciliação para participar dignamente do banquete eucarístico.
“Para quem se apresenta livremente para caminhar com Jesus Cristo, é preciso sempre recordar o mesmo caminho que ele fez: quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Ou seja, o caminho de Cristo é o nosso caminho. Não haverá Domingo da Ressurreição sem nós passarmos pela Sexta-feira da Paixão”, explica o reitor da Basílica, Padre Cícero José da Silva, comentando sobre os sentidos da Procissão Penitencial.
Ele também lembra que na peregrinação dos fiéis sobre a terra existe a tentação de alcançar a glória, mas “Cristo nos chama a olhar para a cruz e abraçá-la, tendo a certeza de que a sua glorificação na cruz é para nós o sinal de esperança, não de cruzarmos os braços, de desanimarmos, de esperarmos os aplausos humanos”.
Mencionando em seguida um trecho da Oração Eucarística II - “Abraçando livremente a Cruz” - o reitor acrescenta: “É este ‘livremente’ que deve marcar a nossa decisão, o nosso caminho, que deve ser feito com alegria, porque, quem está ao nosso lado, quem está segurando a nossa mão e dizendo, não tenha medo, é o próprio Cristo. Por isso, é preciso ter coragem para caminhar com Ele até o calvário, descer à mansão dos mortos, mas com Ele ressuscitar, porque, para quem caminha com Cristo, a morte não tem a última palavra”.
Ainda de acordo com o Padre Cícero José, a procissão penitencial quer, justamente, “despertar na mente e no coração do nosso povo, essa experiência de abraçar a cruz sem medo, de caminhar. E para quem não entende, para aqueles que ainda não fizeram essa experiência ou querem apontar outro caminho, olhem para o crucificado: se tiverem coragem, façam diferente”.
Experiência franciscana
A procissão penitencial realizada pela primeira vez na Basílica foi uma atualização também de uma experiência que o reitor, Padre Cícero José, vivenciou junto aos Franciscanos.
“No início da minha caminhada vocacional, eu fiz os primeiros anos com os Frades Capuchinhos, e faz parte da caminhada, da pedagogia formativa dos capuchinhos, as santas missões, e na realização das Santas Missões, as caminhadas penitenciais, porque Francisco de Assis, no início do seu caminho, da sua conversão, saía convidando o povo para a penitência, para a conversão. E os capuchinhos, nesse tempo das Santas Missões, é comum fazerem as caminhadas penitenciais, chamadas “queima dos pecados”. Então, é preciso que as Santas Missões estejam presentes também permanentemente em nossos corações.
Para saber mais
Especialmente na Semana Santa, a Basílica de Nossa Senhora das Dores, construída em 1875 pelo Padre Cícero Romão Batista, é um dos pontos de grande visitação em Juazeiro do Norte. A programação completa deste período está disponível CLICANDO AQUI!
Nenhum comentário:
Postar um comentário