sábado, 26 de outubro de 2024

Ceará tem 157 mil domicílios a mais liderados por mulheres do que por homens, diz Censo do IBGE

Foto: Helene Santos

Uma nova rodada de dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi divulgada nesta sexta-feira (25/10/2024), revelando que o Ceará é o 5º Estado do Brasil com maior proporção de domicílios chefiados por mulheres. Ao todo, elas são responsáveis por 157 mil moradias a mais do que os liderados por homens.


Os números fazem parte do estudo “Composição domiciliar e óbitos informados: Resultados do universo”. Ele considera que a formação da “unidade doméstica” se dá pela relação de parentesco ou convivência com o responsável, assim indicado e reconhecido pelos demais membros da referida unidade como tal.


O IBGE contabilizou cerca de 3 milhões de domicílios no Estado. Desse total, 1.589.668 eram liderados por mulheres (52,6% do total), enquanto em 1.432.549 tinham um homem como principal responsável.


A novidade inverte uma relação aferida pelo Censo anterior, realizado em 2010. Naquela ocasião, os homens lideravam 1.432.193 domicílios (pouco mais de 60% do total da época), contra 937.618 chefiados por mulheres. 


Na comparação entre os Censos, o crescimento feminino nesse quesito foi de quase 70%.


Cenário nacional

Conforme o Instituto, a média nacional de domicílios liderados por mulheres cresceu de 38,7%, em 2010, para 49,1%, em 2022. No último levantamento, das 27 unidades federativas, 10 têm maior percentual de liderança feminina:


Pernambuco: 53,9%

Sergipe: 53,1%

Maranhão: 53%

Amapá: 52,9%

Ceará: 52,6%

Rio de Janeiro: 52,3%

Alagoas: 51,7%

Paraíba: 51,7%

Bahia: 51%

Piauí: 50,4%


Vale destacar que, destes, oito pertencem à região Nordeste.


No Amazonas, a proporção ficou exatamente igual, em 50%. Por outro lado, os Estados com menor percentual de unidades com mulheres responsáveis foram Santa Catarina (44,6%) e Rondônia (44,3%).


O IBGE considera que essa análise por sexo “mostra uma mudança importante em  relação a 2010, pois, nesse Censo, o percentual de homens responsáveis (61,3%) era  substancialmente maior do que o percentual de mulheres (38,7%)”.


Características por raça dos domicílios

A pesquisa também detalhou outros quesitos dos responsáveis no Ceará. Repercutindo o Censo anterior, pessoas pardas são as principais líderes dos domicílios, seguidos por brancos e pretos. No entanto, a composição mudou:


Pardos: de 1.436.672 (60%) para 1.955.673 (64,7%)

Brancos: de 749.271 (31%) para 789.359 (26%)

Pretos: de 144.530 (6%) para 258.038 (8,5%)


Considerando que o IBGE considera que pardos e pretos formam o conjunto de “negros”, o percentual cearense desse grupo populacional subiu de 66% para 73,2%.


Além disso, a presença indígena mais do que duplicou. Em 2010, eram 5.885 domicílios chefiados por uma pessoa pertencente a alguma etnia originária. Em 2022, esse número cresceu para 13.719.


Por outro lado, houve decréscimo de quase 85% da população amarela no Estado, caindo de 33.430, há 12 anos, para 5.111.


Mais idosos chefes de domicílios

Outro fator importante que merece ser considerado é que cresceu o número de domicílios cujo responsável principal é um idoso com 60 anos ou mais de idade. Em 2010, eram 550.807; atualmente, eram 778.726.


Na outra ponta, um dado caiu, mas ainda é alarmante: em 2010, 13.752 lares cearenses tinham um adolescente de 12 até 17 anos como responsável; em 2022, o IBGE aferiu 10.658.


Conforme o IBGE, o número médio de moradores no Brasil é de 2,8 pessoas, “um reflexo do processo da queda da fecundidade que vem ocorrendo sistematicamente no País nas últimas décadas e do envelhecimento populacional”.


Fonte: Diário do Nordeste

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