terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Cariri registra 31 crimes de homofobia e transfobia em um ano


A região do Cariri contabiliza 31 crimes de homofobia e transfobia entre janeiro de 2024 e o início deste ano. Desse total, 26 vítimas sofreram condutas homofóbicas e cinco foram alvos de transfobia. A região representa pouco mais de 8% das 372 ocorrências registradas em todo o Ceará, no mesmo período.


Juazeiro do Norte lidera os casos no Cariri, com 20 registros, e em todo o Ceará, está atrás apenas de Fortaleza, que soma 213 ocorrências. Em seguida, aparecem Crato, com quatro casos, Várzea Alegre, com dois, e Altaneira, Caririaçu e Mauriti, com um crime cada. A maioria das vítimas tem entre 35 e 64 anos (12 casos), seguida por jovens de 25 a 29 anos (7) e adolescentes de 12 a 17 anos (2).


Pessoas solteiras foram as principais vítimas, em 27 dos 31 crimes. A maior parte dos registros envolve gays (29%), heterossexuais (26%) e lésbicas (23%), sendo homens cis (32%) e mulheres cis (29%) os grupos mais atingidos. A sexta-feira e o domingo são os dias com mais ocorrências de homofobia e transfobia na região.


O Ceará é o terceiro estado brasileiro com mais assassinatos de pessoas trans, com 11 mortes registradas em 2023, atrás apenas de São Paulo (16) e Minas Gerais (12). Este mês, um homem de 32 anos foi preso em Juazeiro do Norte, acusado de matar um homem trans, em agosto do ano passado.


Presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Bruna Benevides atribui os crimes à agenda conservadora existente na política brasileira e mundial. “A criação de um ambiente social hostil e violento reforça esses ideais, que, quando não incitam diretamente a violência, acabam por empurrar muitos ao autoextermínio. Afinal, quem conseguiria viver em uma sociedade onde sua própria existência é vista como uma ameaça?”, indaga Bruna.


Fonte: Jornal do Cariri

Nenhum comentário:

Postar um comentário