Melhorar as condições ambientais, restaurar ecossistemas naturais e, assim, proporcionar benefícios diretos à população, como a criação de espaços de lazer, a mitigação de ilhas de calor e a melhoria da qualidade do ar e da água. Esse é um dos propósitos que levaram o CAF a financiar a elaboração dos “Planos de arborização urbana, recuperação de nascentes, educação e comunicação ambiental para municípios vulneráveis ao clima em áreas semiáridas do Brasil”, entregues às cidades de Tauá, Irauçuba, Juazeiro do Norte e Fortaleza.
Os documentos de cada município foram concebidos para servir como ferramentas de planejamento urbano e serem aplicados no fortalecimento da resiliência das localidades diante de eventos climáticos extremos. Para isso, o desenvolvimento das diretrizes contou com a participação de gestores municipais e baseou-se em metodologia que incluiu pesquisas técnicas sobre solo, índices pluviométricos e espécies vegetais, entre outros fatores.
“Esse é o primeiro dos ‘produtos verdes’ que lançamos no Brasil em 2025, ano da COP 30, e que se destina a contribuir para o combate às mudanças climáticas. Outras ações virão nessa linha, porque é essencial para a instituição financiar iniciativas e programas que auxiliem as cidades a se tornarem mais resilientes, sustentáveis e alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de favorecerem a conservação ambiental, a qualidade de vida urbana e a preservação dos recursos naturais”, afirma Estefanía Laterza, representante do CAF no Brasil. Ela ressaltou ainda que essa iniciativa reforça o papel da instituição como banco verde da América Latina e Caribe.
Um plano para cada município
Elaborados por especialistas da Certare Engenharia e Consultoria, por meio de Cooperação Técnica com o CAF, os planos de arborização urbana, recuperação de nascentes, educação e comunicação ambiental para Tauá, Irauçuba, Juazeiro do Norte e Fortaleza contemplam a necessidade de um planejamento estratégico com metas de curto, médio e longo prazos.
Um dos principais diferenciais desses projetos é a integração entre a expansão das áreas verdes e a preservação ambiental, garantindo a manutenção dos remanescentes territoriais dos biomas nativos em cada cidade. Além disso, fornecem diretrizes para o poder público implementar e gerir a arborização urbana, como o plantio de espécies apropriadas às condições locais.
O semiárido brasileiro é uma região suscetível à degradação ambiental, processo agravado pelas mudanças climáticas. Para ajudar a reverter esse cenário, os planos propõem uma abordagem integrada, aliando arborização urbana, recuperação de nascentes e educação ambiental, reconhecendo a interdependência entre os ecossistemas naturais e os espaços urbanos.
O objetivo central da iniciativa é proporcionar melhorias significativas na qualidade de vida da população, reduzindo a vulnerabilidade de comunidades expostas aos impactos climáticos e à perda de biodiversidade. Isso será alcançado por meio da restauração de áreas degradadas, com o reforço dos serviços ecossistêmicos, como a regulação térmica e hídrica.
A construção dos planos foi resultado de um esforço conjunto entre o Escritório de Representação do CAF no Brasil e a Gerência de Ação Climática e Biodiversidade Positiva (GACBP).
Implementação dos planos
Para as fases de execução, monitoramento e avaliação, os municípios de Fortaleza e Juazeiro do Norte – que possuem operações de crédito ativas com o CAF e já contam com programas abrangentes de desenvolvimento, fortalecimento da infraestrutura, resiliência e inclusão social – poderão concretizar as ações priorizadas nos planos por meio desses financiamentos. Inclusive, na operação de crédito com Fortaleza, foi reservado um subcomponente de US$ 12,5 milhões para a implementação da arborização urbana.
Já para os municípios de Tauá e Irauçuba, a execução das iniciativas dependerá de ações a serem conduzidas pelas administrações locais.
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