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Foto: Fabiane de Paula |
As chuvas mais abundantes e o consequente reforço na pastagem contribuíram para que o produtor baixasse em torno de R$ 0,25 o preço do leite, impactando, pelo menos em tese, nos preços encontrados pelos consumidores no varejo.
Após o fim da quadra chuvosa, no entanto, o produto deve voltar a subir ao patamar dos mesmos 25%, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Lacticínios e Produtos Derivados no Estado do Ceará (Sindlaticínios), José Antunes. Com isso, o leite, vendido pelos produtores por, em média, R$ 2,25, chegaria a cerca de R$ 2,80, “retornando ao preço do mesmo período do ano anterior. Para o grande produtor", enfatiza.
“A tendência daqui para a frente é dar uma subida, porque o inverno vai acabando e os produtores vão começar a dar ração para o gado, então entra em um processo de reversão de queda”, pontua Antunes.
O alimento dos animais em geral leva milho e soja na composição. Os grãos se tratam de commodities e, portanto, são afetados pelas flutuações do dólar, o que pode impactar no encarecimento.
José Antunes também destaca que o preço poderia baixar “um pouco mais” na ponta, no caso, o preço ao consumidor final. “Nós vendemos também a preços mais baixos”, diz.
“Hoje, estamos comprando o leite a, em média, R$ 2,25, mas chegamos a pagar até R$ 3 pelo litro, isso há dois anos. Nosso Estado é leiteiro, nós melhoramos muito a genética do nosso gado, então todo mundo tem sua vaquinha produzindo 15 litros, 20 litros. Antigamente era seis, oito litros, então a produtividade está aumentando”, justifica Antunes.
Alta na produção
De acordo com ele, a produção de leite no Ceará deve crescer de 15% a 20% em 2025, na comparação com 2024. “Hoje, produzimos 2 milhões de litros por dia. E são beneficiados, por mês, cerca de 1,2 milhão de litros por empresas certificadas. O restante é comercializado no mercado paralelo”, detalha.
Na última quinta-feira (20), a cadeia do leite esteve reunida no Centro de Eventos do Ceará para o primeiro Encontro de Laticínios em Fortaleza. No evento, que termina nesta sexta-feira (21), foram discutidas e apresentadas as tecnologias para impulsionar o setor e o futuro da produção de leite no Ceará e no Brasil.
De acordo com os dados mais recentes da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), de 2023, o Ceará é o 9º maior produtor do alimento, com mais de 1,13 bilhão de litros. Na região Nordeste, Pernambuco (7º) e Bahia (8º) são os dois maiores produtores, com 1,33 e 1,26 bilhões de litros.
Fonte: Diário do Nordeste
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