segunda-feira, 28 de abril de 2025

Animais estão sendo abandonados no Centro de Zoonoses de Juazeiro do Norte

Foto: Fernanda Barros


O abandono de animais, principalmente de cães e gatos, vem se tornando constante nas imediações do Centro de Controle de Zoonoses de Juazeiro do Norte. Em alguns casos, as pessoas chegam a lançar os animais por cima do muro, causando ferimentos graves, como fraturas em patas ou mandíbulas.


A situação, além de ser um crime previsto por lei, sobrecarrega os serviços do local, que não tem função de abrigo.


Em entrevista à Rádio O Povo CBN Cariri, o coordenador de bem-estar animal de Juazeiro do Norte, Wellington Pereira, destacou que a situação se agrava ainda mais nos finais de semana e feriados, quando o local está fechado e não há equipes de plantão.


Wellington destaca que, mesmo com o diálogo e os esforços de conscientização, os casos continuam a acontecer com frequência. “Quando o centro está aberto, conseguimos conversar, orientar. Mas nos finais de semana, as pessoas sabem que não tem ninguém e largam os animais mesmo assim. Muitos nem sequer têm coragem de entregar pessoalmente, simplesmente os jogam.”


Segundo ele, os animais abandonados no local ficam expostos a contaminações e muitos acabam não resistindo, principalmente filhotes que têm o sistema imunológico mais frágil.


Abandono de animais é crime

O abandono de animais configura crime de maus-tratos, conforme a Lei Federal nº 14.064/2020 (Lei Sansão), com pena que pode variar de 2 a 5 anos de reclusão, além de multa e proibição da guarda de novos animais.


“As pessoas ainda acham que o Centro de Zoonoses é um canil público, um abrigo. Mas, na verdade, a função dele é outra. É um órgão de vigilância em saúde, que atua no combate e controle de doenças como a raiva, leishmaniose (calazar) e sarna. Ou seja, o foco é proteger a saúde pública”, explicou o coordenador.


Medidas que estão sendo tomadas

Para tentar conter essa realidade, o Centro de Zoonoses de Juazeiro do Norte vem criando campanhas educativas, panfletagens e uso de carros de som nos bairros orientando a população. Além disso, programas de castração foram criados para reduzir a reprodução descontrolada de animais em situação de rua.


“A gente faz nossa parte, mas sem o apoio da população, é como enxugar gelo. Muitas vezes, os animais são de casa, mas os tutores os deixam soltos, eles cruzam com fêmeas abandonadas e logo surgem novas crias nas ruas. Todos os animais têm origem, ninguém nasce ‘da rua’”, reforça o coordenador.


Expectativa pela Upa Animal

A cidade também aguarda a abertura da Upa Animal, uma unidade de atendimento veterinário que visa ampliar a capacidade de cuidados aos animais. No entanto, entraves burocráticos têm atrasado sua implementação.


“Já tentamos lançar o processo licitatório três vezes, mas enfrentamos impugnações do Tribunal de Contas do Estado. Nosso procurador vai pessoalmente a Fortaleza tentar resolver essa pendência, porque a Upa Animal é um sonho de toda a comunidade protetora”, afirma Wellington.


Fonte: O Povo

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